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ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL «O PRIMEIRO DE JANEIRO» NO DIA 1 DE ABRIL DE 2007

PARTIDAS DO DIA DOS ENGANOS CONSTITUEM UMA TRADIÇÃO SECULAR EM TODO O MUNDO

A verdade sobre a mentira

 

Mentir está-nos no sangue. Peritos norte-americanos referem que 60 por cento das pessoas mentem pelo menos duas vezes numa conversa de 10 minutos. Um docente português garante que enganar é essencial em sociedade. No Dia dos Enganos o JANEIRO desvenda a verdade da mentira…

 

CARLA TEIXEIRA

Tida como um acto negativo e reprovável, uma perversão do discurso humano que enferma das maleitas de uma personalidade dúbia, a mentira é, no fundo, essencial à vida em sociedade, e por vezes um instrumento de cordialidade. Quando dizemos ao anfitrião que o jantar estava delicioso, mesmo que não apreciemos a iguaria que nos foi servida, há nessa mentira uma boa intenção que, de outro modo, se tornaria impossível de manifestar.

Vários estudos norte-americanos concluíram que o acto de mentir se encontra profundamente enraizado em todo o mundo, de tal modo que 60 por cento das pessoas mente pelo menos duas vezes durante uma conversa de apenas 10 minutos. O objectivo poderá ser apenas a de camuflar uma ideia nossa que julgamos ir contra as expectativas do interlocutor ou, num nível mais íntimo de relacionamento, corresponder ao desejo de nos mostrarmos mais positivos, mais saudáveis ou mais competentes do que somos.

De acordo com um artigo de opinião publicado pelo professor Paulo Ribeiro Claro, do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, no site da universidade, a mentira assume significativa relevância no desenvolvimento do cérebro humano, e “não poderíamos viver sem ela”. O docente antecipa “grandes dificuldades” àqueles que tentarem “sobreviver socialmente alguns dias sem dizer uma única mentira”, e atesta que “há circunstâncias em que não dizer a verdade é uma questão de boas maneiras”.

Tida como um acto negativo e reprovável, uma perversão do discurso humano que enferma das maleitas de uma personalidade dúbia, a mentira é, no fundo, essencial à vida em sociedade, e por vezes um instrumento de cordialidade. Quando dizemos ao anfitrião que o jantar estava delicioso, mesmo que não apreciemos a iguaria que nos foi servida, há nessa mentira uma boa intenção que, de outro modo, se tornaria impossível de manifestar.

Vários estudos norte-americanos concluíram que o acto de mentir se encontra profundamente enraizado em todo o mundo, de tal modo que 60 por cento das pessoas mente pelo menos duas vezes durante uma conversa de apenas 10 minutos. O objectivo poderá ser apenas a de camuflar uma ideia nossa que julgamos ir contra as expectativas do interlocutor ou, num nível mais íntimo de relacionamento, corresponder ao desejo de nos mostrarmos mais positivos, mais saudáveis ou mais competentes do que somos.

De acordo com um artigo de opinião publicado pelo professor Paulo Ribeiro Claro, do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, no site da universidade, a mentira assume significativa relevância no desenvolvimento do cérebro humano, e “não poderíamos viver sem ela”. O docente antecipa “grandes dificuldades” àqueles que tentarem “sobreviver socialmente alguns dias sem dizer uma única mentira”, e atesta que “há circunstâncias em que não dizer a verdade é uma questão de boas maneiras”.

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